domingo, 1 de setembro de 2013

antigamente, eu tinha um milhão de sonhos e um milhão de tristezas dentro de mim.
antigamente, eu sabia perfeitamente o que fazer nas minhas tardes de sol, sabia exatamente como secar cada lágrima que caía do meu rosto e sabia como me sentir feliz com pequenas coisas. 
antigamente, eu lia livros de romance e sonhava com aqueles finais em que o rapaz fica com a rapariga e eles vivem felizes pela eternidade, adorava filmes românticos, que sempre foram uma fábula de conto de fadas.
antigamente, eu carregava a inocência de menina dentro do meu coração, carregava um sorriso doce que sempre costumava abrir para qualquer estranho que passasse por mim na rua. antigamente, eu gostava de observar as pessoas, seus gestos, seus olhares, era incrível ver a capacidade que o ser humano tem de dizer tantas coisas com um simples olhar ou um simples sorriso. 
antigamente, eu costumava passar minhas tardes escrevendo sobre os sentimentos que eu carregava dentro de mim, escrevendo sobre o amor e o que ele causa. 
antigamente, eu era uma pessoa extrovertida falava pelos cotovelos e ria sem parar. mas tudo isso foi antigamente, em um tempo que já se passou e que eu temo que não volte. as tristezas continuam aqui e talvez foram as únicas coisas que restaram deste tempo. os sonhos, se perderam pelo caminho. nas tardes ensolaradas, eu me escondo em baixo dos cobertores. não me importo mais em secar as lágrimas que caem de meus olhos e alegria é algo que eu não sinto a algum tempo. continuo lendo meus livros de romance e vendo meus filmes, mas não sonho mais com os finais deles em minha vida, deixei de acreditar em conto de fadas e finais felizes a algum tempo. a inocência me foi tirada e meu sorriso doce, se transformou em um sorriso amargo e áspero. as pessoas já não observo mais, o ser humano perdeu seu brilho e meu olhar já não é mais fascinado por seus movimentos. as vezes eu escrevo sobre o que sinto, mas o amor já não mora mais em meu peito. antes, eu me orgulhava de quem eu era, hoje, não sei mais quem sou. me olho no espelho e me deparo com um olhar triste, um olhar de quem já sofreu um bocado e que parece estar perdendo suas forças. hoje, eu sou igual a qualquer outra pessoa, não possuo nenhum sonho, nenhum sentimento do qual me orgulhe, nenhum dom especial, nenhuma beleza fora do comum. eu sou a sombra do que um dia já fui e isso me entristece.